Jornalismo opinativo
A máquina de escrever
→ “Tudo tem que ter clima” - ao contar sobre sua primeira experiência “jornalística”, narrando a própria partida de futebol de botão
→ Já jornalista de fato: precisa escrever factualmente. Realizar a transposição da realidade real para a realidade impressa. Fazer jornalismo é diferente de fazer ficção
→ Se o jornalista reproduz o fato, também o produz, ao transformar uma sucessão de eventos num conjunto de palavras
→ Instabilidade do material: como se um único modo de ver um fato se cristalizasse, através do tempo, em versões tidas como indiscutíveis → Maleabilidade dos fatos
→ A fabulação é inerente ao homem
→ Os mecanismos que inserem fibras ficcionais no material editorial - de que modo realidade e ficção se entrelaçam nos textos jornalísticos?
Si non è vero, è bem trovato
→ Símbolo taoísta: interação dos contrários, que faz o mundo ser o que é. Movimento constante do yin (preto = matéria) em direção ao yang (branco = espírito) e vice-versa
→ Realidade e ficção: verdadeiro/falso no jornalismo funciona como critério de eficiência e credibilidade, até nas matérias frias - critérios de edição transmitem a sensação de “terra firme”
→ Os textos abrigam ideias abstratas formadas a partir da instabilidade dos sentidos e sentimentos, e são, portanto, descontinuos e heterogêneos
→ De que forma o fato pode engendrar a ficção (e vice-versa)?
→ Barthes: “o real não é representável, e é porque os homens querem constantemente representá-lo por palavras que há uma história da literatura”
→ “A verdade só existe na vida real” - dificuldade de transformar fatos em palavras
→ Aristóteles: o que importa é a verossimilhança. “Quando a lenda supera o fato, publique-se a lenda”
→ “No momento em que o jornalismo se limita à factualidade restrita, está apreendendo um aspecto muito diminuto da realidade. Em decorrência, torna-se difícil apontar ao leitor um