Jornalismo de Revista

JORNALISMO DE REVISTA - MARILIA SCALZO

“Revista” é como uma história de amor com o leitor. Como toda relação, essa também é feita de confiança, credibilidade, expectativas, idealizações, erros, pedidos de desculpa, acertos, elogios, brigas, reconciliações. Elas são objetos queridos, fáceis de carregar e de colecionar. Revista é também um encontro entre um editor e um leitor, um contato que se estabelece, um fio que une um grupo de pessoas e, nesse sentido, ajuda a construir identidade, que por sua vez é definida pelo leitor.
A palavra escrita é o meio mais eficaz para se transmitir informações complexas. A melhor notícia não é aquela que se dá primeiro, mas a que se dá melhor” (GARCÍA MÁRQUEZ, Gabriel). Os consumidores parecem cada vez mais interessados na informação correta e não no imediatismo.
Nas revistas, até por causa da sua periodicidade, elas cobrem funções culturais mais complexas que a simples transmissão de noticias. Entretêm, trazem analise, reflexão, concentração e experiência de leitura. Dois caminhos se fazem bem evidentes: educação e entretenimento. Esse veículo possui mais informação pessoal (aquela que vai ajudar o leitor em seu cotidiano, em sua vida pratica).
A segmentação por assunto e tipo de publico faz parte da essência da revista. Nela, geralmente mensal, que de fato se conhece cada leitor, sabe-se com quem está falando, pois possui o foco no leitor, conhece seu rosto, fala com ele diretamente. Trata-o por “você”.
No Brasil, a revista Realidade fechou, em 1976, vendendo 120 mil exemplares por mês (número com o qual muitas revistas sonham hoje em dia) e virou um mito por conta de suas grandes reportagens, primorosamente apuradas e editadas. Já a revista americana Life deixou de circular semanalmente, em 1972, vendendo cinco milhões e meio e exemplares e morreu vítima de seu próprio gigantismo. O que ensina muitas lições. A principal delas é que revista é comunicação de massa, mas não muito. Quando atingem públicos enormes e