Jean-Paul Sartre e a Liberdade
“Somos responsáveis por aquilo que somos”. J.P. Sartre
A liberdade constitui um dos problemas da sociedade contemporânea porque trata dos limites da vida coletiva e das consequências das ações individuais. Jean Paul Sartre (1905-1980), filósofo e escritor francês, pensou profundamente a questão da liberdade, não como imaginária, mas como ação. O seu existencialismo está centrado na liberdade, pensando o ser humano como um projeto de existência - a ser realizado como um modo de ser no mundo. Ele escreveu O ser e o nada em 1943, e sua obra foi fortemente afetada pela Segunda Guerra e pela ocupação nazista na França, e também pelo impacto que a Resistência Francesa exerceu sobre a sua concepção política de engajamento. Ele entende engajamento como análise de uma situação real e concreta, trazendo responsabilidade por mudanças sociais. O envolvimento com a política fez com que o questionamento moral também estivesse em discussão. Para Sartre não é possível prever o conteúdo da moral, mas apenas indagar se o que fazemos é o não em nome da liberdade. Não é Deus, nem a natureza e muito menos a sociedade que nos define. O que nos define é o que somos por completo - nossa conduta. Somos o que queremos ser, o que escolhemos ser; e sempre poderemos mudar o que somos. Os valores morais não são limites para a liberdade. A moral só poderá ser julgada no momento em que ela estiver se realizando. ...O homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer.(...) O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para existência, o homem não é mais que o que ele faz. Tal é o primeiro princípio do existencialismo. Sartre conceitua a liberdade como uma condição