JEAN CALAS
Histórico[editar | editar código-fonte]
Jean Calas e sua esposa eram protestantes. A França então era um país predominantemente católico; o catolicismo era a religião de Estado. Embora a dura repressão ao protestantismo iniciada pelo rei Luís XIV houvesse retrocedido em larga escala, os protestantes eram, na melhor das hipóteses, tolerados. Louis, um dos filhos de Calas, converteu-se ao catolicismo em 1756. Entre 13 e 14 de Outubro de 1761, outro dos filhos de Calas, Marc-Antoine, foi encontrado morto no andar térreo da residência da família.
Segundo rumores correntes, Jean Calas assassinara o próprio filho porque este também pretendia se converter ao catolicismo. No interrogatório, a família primeiramente fingiu que Marc-Antoine havia sido morto por um ladrão. Depois, declararam que haviam encontrado Marc-Antoine morto, enforcado; visto que o suicídio era considerado um crime abominável ao extremo e o corpo dos suicidas era impuro, eles tinham arranjado as coisas de tal modo que o suicídio parecesse um assassinato.
Voltaire, avisado sobre o caso 1 , iniciou uma campanha para tirar Calas da prisão, depois de arrefecida a suspeita inicial de que o réu fosse um fanático anticatólico. A iniciativa foi infrutífera: em 9 de Março de 1762, o parlement (corte de apelação) de Toulouse sentenciou Jean Calas à morte na roda. Em 10 de Março ele foi supliciado, clamando sua inocência até o fim. Jean Calas foi condenado pelo tribunal em 9 de março de 1762 a ser quebrado vivo, depois de estrangulado e atirado numa fogueira ardente. Jean Calas foi condenado a uma morte atroz com base numa mera verossimilhança. Os juízes não obtêm a