jane austen e suas heroínas
Em sua obra, a autora utiliza de modelos imperfeitos pra suas personagens, embora não ferindo no interior a moral Vitoriana. Há uma priorização do universo feminino, a mulher como a santa do lar, responsável pelos bons costumes de sua família. Sua filosofia consiste não apenas em destacar a essencial bondade de suas personagens num contexto contrariado, mas também destacar o fraco e o efêmero do bem. Há uma leitura do humano como ser social, priorizando o individual. O homem, para a autora, é o produto do meio no tecido social. Deve-se levar em conta, por outro lado, a ironia que se sobressai no desconforto e luta pelo desejo de superação, sobretudo na vivência das mulheres.
É comum na produção de Austen a sociedade que lhe era comum. A jovem, pertencente à aristocracia agrária, vivia cercada por famílias que viviam em assentamentos rurais. Existe de fato um distanciamento das questões políticas de seu tempo, uma vez que expõe o meio rural abordando diferentes mentalidades e formas de pensar, sem se permitir a abordagens nas diferenças importantes de classe.
As heroínas de Jane Austen caracterizam-se pela atmosfera iluminada por jovialidade e imaturidade, e pela diversidade de personagens e vozes presentes em sua narrativa, o que torna o enredo vibrante e constantemente agitado pelo elemento surpresa, para além do verniz na ironia. Os conflitos existentes se davam no cerne familiar, sem que houvesse a imagem patriarcal deturpada, os matrimônios estão em primeiro plano, embora não haja uma visão romântica sobre tais “contratos”, no que se refere aos matrimônios por conveniência. Sua obra pauta a virtude da mulher e do homem em menor medida, e os valores que considerava necessários em toda sociedade. Suas histórias, passadas na Inglaterra da virada do século XVIII para o XIX, falam para os leitores de todas as épocas, tendo em vista a sociedade patriarcal em que se vive.
Orgulho e preconceito
“É verdade universalmente reconhecida