Jade
Com o triunfo republicano nas eleições legislativas de 2010, os militantes contra o aborto retomaram o controle. Sua tática consiste em aprovar em cada estado da Federação leis mais e mais restritivas ao direito de interromper a gravidez, tornando seu exercício quase impossível.Todos os dias, com cartazes e palavras de ordem, um punhado de militantes “pró-vida” repreendem as mulheres que entram ou saem da clínica Jackson Women Health Organization, o único lugar que realiza abortos no estado do Mississippi. (fê/ 1)
O direito ao aborto voluntário nos Estados Unidos repousa, contudo, sobre uma base jurídica sólida, ancorada em nível federal. Em 1973, o caso Roe contra Wade na Suprema Corte unificou as práticas divergentes dos estados e estabeleceu que todas as mulheres da nação eram livres para abortar enquanto for viável tirar o feto do útero, ou seja, até 22 ou 24 semanas de gravidez. (3) Mas a grande novidade é a multiplicação das medidas que atingem diretamente as clínicas, em geral gerenciadas por serviços de assistência social familiar ou outras associações (nos Estados Unidos, poucos abortos ocorrem em hospitais). Em nome da segurança das pacientes, novas leis exigem que essas clínicas se alinhem ao padrão médico dos hospitais no que diz respeito a equipamentos, tamanho das salas, corredores, estacionamentos etc., mesmo que pratiquem apenas medicina ambulatorial. (5)
No final,a manutenção do direito ao aborto nos estados mais conservadores dependerá muito das ações dos juízes, que em diversas situações anularam legislações votadas pelas câmaras em nome do caso Roe contra Wade. (7)