istórias: cultura, sociedade, cidades

BRANCO, E. A. C.;NASCIMENTO, F.A.; PINHEIRO, A.P. (orgs) Histórias: cultura, sociedade, cidades. Recife:Bagaço, 2005. pp.111-122. O texto de Jóina Freitas Borges faz uma reflexão apurada sobre as principais limitações da arqueologia e da hitoriografia brasileira. Como exemplo de tais limitações, a autora aponta a ausência dos grupos sem escrita na nossa historiografia. A história, segundo a autora, frequentemente tomou como seu objeto o estudo das sociedades com escrita - “sociedades civilizadas”- , relegando a outras ciências - etnologia, antropologia, etnografia, pré-história - aquelas comunidades humanas que não estariam na história. Destarte, no Brasil esse tipo de historiografia excluiu das suas reflexões centenas de grupos humanos que existiam aqui antes da chegada dos europeus. A autora questiona por que essas histórias foram desconsideradas. Inicialmente atribuiram a falta de documentos escritos sobre esses povos. Todavia, Borges sugere que desde a primeira geração dos Annales a noção de documento histórico como apenas documento escrito vem sendo criticada. Mesmo assim, os artefatos associados a esses grupos humanos frequentemente foram utilizados de forma complementar ou ilustrativa das informações disponíveis através de outras fontes. De acordo com Borges, os documentos escritos devem ser colocados no mesmo patamar que os vestígios materiais os quais são também fragmentos de um tempo pretérito. Desta forma, tanto documentos escritos como a cultura material são vestígios do passado. Então por que não incorporar também ao trabalho do historiador os vestígios materiais? Três fatores principais desestimulam o trabalho historiográfico com vestígios materiais provenientes dos primeiros habitantes do nosso continente: 1.O conceito de pré-histórico, 2. A associação de documento histórico ao documento escrito e 3. O descaso pelas coisas comuns. Diante disso, Borges acredita que uma outra história só será contruída quando todos os tempos humanos, todas