Iracema
José de Alencar
Logo depois da proclamação da Independência, em 1822, o prestígio de D. Pedro I era muito grande, já que o povo e a maioria dos políticos o admiravam muito. Mas, aos poucos, essa situação foi se alterando. Por volta de 1830, o Brasil enfrentava sérios problemas econômicos, que tinham se agravado com a falência do Banco do Brasil, em 1829, e com a Guerra da Cisplatina, que durou três anos, de 1825 a 1828. Com isso, D. Pedro I, vendo sua popularidade decaindo cada vez mais, foi obrigado a abdicar em favor de seu filho, em abril de 1831. Ele voltou a Portugal e em seu lugar ficou a Regência Trina Provisória, constituída de políticos que substituiriam seu filho e herdeiro do trono, D. Pedro de Alcântara, então com 5 anos.
José Martiniano de Alencar nasceu em 1.º de maio de 1829, em Mecejana, Ceará, filho do padre José Martiniano de Alencar (deputado pela província do Ceará) ele foi o fruto de uma união ilícita e particular do padre com a prima Ana Josefina de Alencar. Quando criança e adolescente, era tratado em família por Cazuza, mais tarde, adulto, ficou conhecido nacionalmente como José de Alencar, um dos maiores escritores românticos do Brasil.
O pai de José de Alencar assumiu o cargo de senador do Rio de Janeiro em 1830, o que obrigou a família a se mudar para lá. Mas quatro anos depois a família voltou ao estado natal pois Martiniano foi nomeado governador do Ceará. Alguns anos mais tarde a família voltou ao Rio de Janeiro, desta vez para fica. O pai assumiu novamente seu cargo de senador e o menino começou a freqüentar a Escola e Instrução Elementar.
Filho de político, jovem Alencar assistia a tudo isso de perto. Assistia e, certamente, tomava gosto pela política, atividade em que chegou a ocupar o posto de ministro da Justiça. Mas isso ocorreria bem mais tarde.
Em meio à agitação de uma casa freqüentada por muita gente, como era a do senador, passou pelo Rio um primo de Cazuza. O jovem dirigia-se a São Paulo,