Invite Friends And Earn Great Rewards!
Universidade da Amazônia
Os Maias
de Eça de Queirós
NEAD – NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
nead
Av. Alcindo Cacela, 287 – Umarizal
CEP: 66060-902
Belém – Pará
Fones: (91) 4009-3196 /4009-3197 www.nead.unama.br E-mail: nead@unama.br
N ú cl e o d e Ed u ca çã o a D i st â n ci a
1
www.nead.unama.br
Os Maias de Eça de Queirós
Livro Primeiro
CAPÍTULO I
A casa que os Maias vieram habitar em Lisboa, no outono de 1875, era conhecida na vizinhança da rua de S. Francisco de Paula, e em todo o bairro das
Janelas Verdes, pela casa do Ramalhete ou simplesmente o Ramalhete. Apesar d'este fresco nome de vivenda campestre, o Ramalhete, sombrio casarão de paredes severas, com um renque de estreitas varandas de ferro no primeiro andar, e por cima uma tímida fila de janelinhas abrigadas à beira do telhado, tinha o aspecto tristonho de Residência Eclesiástica que competia a uma edificação do reinado da
Sr.ª D. Maria I: com uma sineta e com uma cruz no topo assemelhar-se-ia a um
Colégio de Jesuítas. O nome de Ramalhete provinha de certo d'um revestimento quadrado de azulejos fazendo painel no logar heráldico do Escudo d'Armas, que nunca chegara a ser colocado, e representando um grande ramo de girassol atado por uma fita onde se distinguiam letras e números d'uma data.
Longos anos o Ramalhete permanecera desabitado, com teias d'aranha pelas grades dos postigos terreos, e cobrindo-se de tons de ruína. Em 1858 Monsenhor
Bucarini, Núncio de S. Santidade, visitara-o com idéia d'instalar lá a Nunciatura, seduzido pela gravidade clerical do edifício e pela paz dormente do bairro: e o interior do casarão agradara-lhe também, com a sua disposição apalaçada, os tectos apainelados, as paredes cobertas de frescos onde já desmaiavam as rosas das grinaldas e as faces dos Cupidinhos.
Mas Monsenhor, com os seus hábitos de rico prelado romano, necessitava na sua vivenda os arvoredos e as águas d'um jardim de luxo: e o