Investigação Cognitiva em crianças com doença falciforme

A Doença Falciforme (DF) é uma doença de cunho hereditário, cuja prevalência ocorre em indivíduos de origem afrodescendente, porém não é exclusiva a esse grupo. No portador dessa doença as hemácias apresentam aspecto afoiçado, o que faz com que o sangue não circule normalmente nas veias, ocasionando o entupimento destas e desencadeando mal funcionamento de órgãos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2007) entre outros sintomas que levam a diminuição da qualidade de vida no portador de DF.
O indivíduo acometido com a DF necessita de elevada atenção e cuidados especiais nas fases da infância e adolescência, pois a má formação das células sanguíneas influencia no desenvolvimento humano, em um contexto global, portanto o tratamento se aplica tanto ao autocuidado do paciente quanto ao apoio à família, que terá papel decisivo no enfrentamento às características da doença.
Baseado nestes aspectos o presente trabalho consistiu em analisar os aspectos cognitivos de crianças acometidas com a doença. Para tal, participaram deste estudo sete crianças e adolescentes portadores da DF, sendo seis do sexo masculino e uma do sexo feminino, com idade média de 11 anos e 5 meses que foram submetidos aos seguintes testes psicológicos: 1) D2 - Atenção Concentrada, que avalia separadamente a rapidez, exatidão, qualidade da atenção e a flutuação no desempenho, que podem indicar distúrbios na atenção e na qualidade do trabalho; 2) Figuras Complexas de Rey, que avalia a atividade perceptiva e a memória visual, nas fases de cópia e reprodução de memória, verificando o modo como o sujeito apreende os dados perceptivos que lhe são apresentados e o que foi conservado espontaneamente pela memória; e 3) Escala de Autoconceito Infanto Juvenil, que verifica a interação entre a pessoa e o seu meio ambiente durante seu processo de construção social e ciclo de vida, acompanhado de uma avaliação de suas capacidades, realizações, experiências e representações em diferentes contextos sociais com os quais