invencao da infancia

O documentário “uma invenção da infância” retrata crianças de diferentes classes sociais, com realidades e experiências de vida distintas, mas que se entrelaçam por serem praticamente ‘miniadultos’.
Na classe social mais baixa, onde a mortalidade é um cotidiano, as crianças que ‘vingam’ são vistas como mão de obra. Servem para a ajuda financeira da família, e até elas se percebem assim.
Enquanto que na classe social privilegiada, o que ocorre, é uma supervalorização da rotina, com horários extremamente regrados e definidos, e uma construção do pensamento individualista totalmente voltada para a competitividade, destinados assim, a pensar no futuro e não viver a infância.
Além disso, retrata também, uma extrema exposição de todas as crianças (não importando a classe social inserida), a sexualidade e violência, por meio da televisão.
A infância, está deturpada, o que ocorre é uma negligencia da cidadania, onde é excluído o exercício dos direitos e deveres da criança e do adolescente por meio da família, e pela falta de uma fiscalização da sociedade e do poder público.
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente: é direito da criança brincar, praticar esporte e divertir-se (art.16); é proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade (art. 60); é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos (art. 4). Na teoria, o estatuto protege as crianças, mas como mostra o documentário, não é bem assim que funciona na realidade. Pois, os pequenos são condicionados a agirem e pensarem como adultos, sendo inseridos nesse universo desde cedo, possuindo responsabilidades e deveres e, dessa forma, privados de ‘ser criança’. Afinal, “ ser criança não significa ter infância”.