Introdução
A Democracia é o governo do povo. Porém a seguinte pergunta nos vem à mente quando afirmamos isso: “Que povo?”. Segundo Bobbio em seu Dicionário de Política para o romantismo este seria o elemento que relacionaria o Estado com a nação, ou seja, uma totalidade que por meio dessa identificação entre si, de um passado comum compõe a identidade de um local nessa inter-relação.¹ Já para o marxismo seria segundo Janine o povo é, sobretudo trabalhador e define-se por seu lugar no aparado de produção. Mas para melhor compreensão e com o objetivo de trazer um maior esclarecimento tomarei o que o romantismo.²
Retomando nossa afirmativa de que a “Democracia é o governo do povo” e já esclarecido o conceito desse termo outro problema surge com relação a essa questão: “Onde está esse povo?”, “Como ele tem se comportado em nossa sociedade atual?”, “Qual tem sido sua participação de fato?”. Muitas perguntas rondam ao redor desse tema, pois depois do advento do direito a liberdade no século XVII com os direitos civis e sua manutenção através de leis que dão amparo ao mesmo uma onde de particularidade e especificidade tem sido o grande problema para se chegar a uma unidade de povo. E por causa disso tem-se observado uma pulverização³ desse povo em diferentes grupos como ressalta Janine em seu livro Democracia, 1949. E no presente artigo irei a partir dessa temática abordar as consequências tanto negativas quanto positivas desse cenário contemporâneo e responder perguntas como: “Será se essa pulverização não seria manobra da classe dominante a fim de enfraquecer o poder do povo?”, “Como essa liberdade tem interferido na questão da igualdade entre esse povo?”.
Com base nessa discursão procurarei também abordar outro questionamento levantado por Janine em seu livro que nos leva a ver como essa pulverização transformou as bases de poder e se esse ainda existe como fator concreto ou se através dessas transformações ganhou uma nova roupagem.
O tema é bastante amplo e