teologia
Quando Jesus, chegando ao fim do Seu segundo ano de pregação pública, derramou à beira do Mar da Galiléia aquela maravilhosa série de parábolas ilustrando a natureza do reino do céu, seus discípulos ficaram tão confusos com elas que lhe perguntaram em particular, "Por que lhes falas por parábolas?" (Mateus 13:10; Marcos 4:10).
As parábolas tinham certamente um lugar especial na última fase do ensinamento de Jesus, mas não eram unicamente dele. Elas aparecem freqüentemente no Velho Testamento (veja 2 Samuel 12:1-4), especialmente nos profetas (Isaías 5:1-2; Ezequiel 17:1-10), e foram um método familiar de ensinamento entre os rabis do próprio tempo de Jesus. O que, então, deve ter surpreendido os discípulos não foi seu desconhecimento de parábolas, mas a súbita mudança para uma abordagem de Seu Mestre até ali desconhecida. Jesus atribui a mudança no ensinamento a uma mudança na atitude de Seus ouvintes.
Mateus diz que Jesus falava por parábolas em cumprimento da profecia: "Abrirei os lábios em parábolas e publicarei enigmas dos tempos antigos" (Mateus 13:34-35; Salmo 78:2). O propósito das parábolas era revelar as verdades ocultas do reino de Deus, porém não a todos. Ao coração honesto, estas histórias ilustrativas trariam mais luz mas, aos orgulhosos e rebeldes, elas criariam mais confusão (Mateus 13:11-17). Esse é o significado da declaração de Jesus que "Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido" (Mateus 13:11). Isto não tem referência a alguns tipos de predestinação calvinista arbitrária, mas a um princípio que enche as páginas do Velho Testamento. Isaías fala fortemente disso. "Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos" (Isaías 57:15). "... mas o homem para quem