introdução a engenharia
Todos os anos, milhões de toneladas de partículas minerais do deserto do Sahara são transportadas pelo vento para a América, Caraíbas e Europa. As poeiras do deserto cruzam o Atlântico à milhões de anos, injectando nutrientes no Mediterrâneo oriental, argilas vermelhas sobre as ilhas calcárias das Caraíbas, diatomáceas de águas doces e phytolits no Atlântico tropical e equatorial, e ferro que periodicamente acciona as marés vermelhas no Golfo do México [4]. As características ópticas das poeiras, tamanho e distribuição espacial do aerossol mineral afectam de forma directa a absorção e dispersão da radiação solar e terrestre [5]. As poeiras minerais também têm um impacto enorme na formação de nuvens, quer na forma de partículas de gelo quer de gotículas, as quais conduzem a efeitos adicionais indirectos no balanço radiativo. Reacções químicas dentro e à superfície das partículas minerais determinam interacções com outras espécies de partículas e gases presentes na atmosfera. A importância global das poeiras do deserto no impacto directo no “forcing” radiativo e o seu possível efeito no “forcing” indirecto é enfatizado pelo relatório do IPPC [6]. Contudo, quantificar a magnitude no aquecimento ou arrefecimento permanece um assunto em aberto fruto da elevada variabilidade das poeiras na atmosfera e da falta de dados representativos da distribuição espacial e temporal da sua composição. Dados detalhados sobre a distribuição por tamanhos das poeiras provenientes de África, e respectiva composição química e mineralógica é fundamental para: 1) compreender os processos que governam produção, transporte e remoção da atmosfera; 2) estimar a importância global destas partículas no “forcing” radiativo e quantificar a magnitude no aquecimento ou arrefecimento; 3) compreender o impacto dos aerossóis minerais nos organismos marinhos e o papel do ferro presente nas poeiras no ciclo de carbono oceânico (consequentemente no CO2 atmosférico); e 4) compreender o impacto das