Introdução a Ciclodextrinas
Ciclodextrinas também conhecidas como cicloamiloses, cicloglucanos ou dextrinas de Schardinger, são oligossacarídios cíclicos.
Foram descobertas por Villiers em 1891, no entanto sua descrição, preparação e isolamento deve-se a Schardinger.
A enzima ciclodextrina glucanotransferase [1,4-alfa-glucano 4- alfa-D-(1,4-alfa-D-glucano)-transferase], obtida do B. macerans , apresenta a propriedade de transformar a cadeia linear de amido em moléculas cíclicas. Assim se obtém α, β, e γ-ciclodextrinas e pequenas quantidades de outras dextrinas , sendo a β- ciclodextrina a de maior aplicação industrial. As ciclodextrinas α, β e γ podem ser facilmente separadas do conteúdo desta reação por precipitação seletiva, mediante adição de determinados solventes orgânicos.
Atualmente é conhecida a existência das formas ε, ξ, η e θ, as quais são obtidas mediante purificação por cromatografia em coluna, junto com outros análogos de cadeia aberta . Apesar do B. macerans ser o principal microrganismo responsável pela síntese de ciclodextrina glucanotransferase, outros microrganismos como B. megaterium, B. circulans, B. stearothermophilus e Klebsiella pneumonia também apresentam esta propriedade.
Ciclodextrinas como veículos para a administração de fármacos
As ciclodextrinas (CDs) são carboidratos complexos compostos de unidades de glicose (α-D-glicopiranose) unidas por ligações tipo α-1,4, com estrutura semelhante a um tronco de cone. Franz Schardinger identificou as ciclodextrinas, em 1903, como produtos resultantes da degradação do amido pela ação da enzima amilase ciclodextrina glicosil transferase (CGTase), produzida pelo microorganismo Bacillus macerans, capaz de romper um segmento da hélice do amido e unir as duas porções terminais deste fragmento numa única molécula cíclica. Por modificação enzimática é possível obter a ciclização de seis, sete ou oito unidades de glicose, dando origem à α, β e γ-Ciclodextrina, respectivamente.
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