Ciclodextrina
Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences vol. 37, n. 1, jan./abr., 2001
Ciclodextrinas em novos sistemas terapêuticos
Rui Saltão e Francisco Veiga*
Laboratório de Tecnologia Farmacêutica, Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra, Coimbra, Portugal.
* Correspondência:
F. Veiga
Faculdade de Farmácia de Coimbra
Rua do Norte, 3000
Coimbra (Portugal)
Tel. +351-239-837850
Fax: +351-239-837731
No presente trabalho é feita breve revisão sobre ciclodextrinas e seus derivados. Abordam-se aspectos relacionados à sua obtenção, estrutura e propriedades físico-químicas. São ainda focados aspectos relacionados ao seu metabolismo e toxicidade e é posta em evidência a capacidade das ciclodextrinas de formarem complexos de inclusão. A par da utilização clássica das ciclodextrinas, nos últimos tempos elas têm sido utilizadas no desenvolvimento de novos sistemas terapêuticos com a finalidade de aumentar a incorporação de fármaco, estabilizá-lo, modelar a liberação e até vetorizá-lo para determinada população celular.
Os lipossomas, as nanopartículas e micropartículas são sistemas desenhados com estes propósitos, mas apresentam limitações importantes que o uso de ciclodextrinas pode ajudar a ultrapassar.
Unitermos:
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Ciclodextrinas
Lipossomas
Nanopartículas
Micropartículas
Email: fveiga@ci.uc.pt
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento de novas formulações farmacêuticas tende a alterar em breve o conceito atual de medicamento. Assim, têm surgido nos últimos anos diversos sistemas de administração de fármacos com a finalidade de modelar a cinética de liberação, melhorar a absorção, aumentar a estabilidade do fármaco ou vetorizá-lo para uma determinada população celular.
Os novos sistemas terapêuticos surgiram da necessidade de minimizar os problemas que se prendem com a administração das formas farmacêuticas tradicionais. Tomando como exemplo a administração oral de medicamentos é