Administração cutanea
Promotores de permeação para a liberação transdérmica de fármacos:uma nova aplicação para as ciclodextrinas
Maria Rita Fernandes Morais Martins e Francisco Veiga*
Laboratório de Tecnologia Farmacêutica, Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra, Portugal
*Correspondência:
F. Veiga
Faculdade de Farmácia de Coimbra
Rua do Norte, 3000
Coimbra (Portugal)
E-mail: fveiga@ci.uc.pt
No presente trabalho é feita uma breve revisão sobre promotores de permeação cutânea, descrevendo-se os seus mecanismos de ação e alguns exemplos. Abordam-se as vias de permeação de fármacos através da pele e liberação transdérmica. São também focadas as ciclodextrinas e seus derivados, a sua estrutura e propriedades físico-químicas, formação de complexos de inclusão e o seu papel como excipientes em sistemas transdérmicos. As ciclodextrinas constituem um grupo de excipientes que têm um papel de grande importância em formulação farmacêutica. Uma das mais extraordinárias propriedades destas moléculas é a sua capacidade de incrementar a liberação de fármacos através da pele sem, no entanto, afetar a sua função barreira.
Unitermos:
• Ciclodextrinas
• Promotores de permeação
• Liberação transdérmica
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento de sistemas transdérmicos tem suscitado interesse crescente nas últimas décadas, uma vez que alguns fármacos foram desenvolvidos com suces- so, utilizando esta via, quer direcionados para uma ação local, quer para uma ação sistêmica (Flynn, 1990).
A eficácia clínica de um fármaco aplicado por via tópica depende, não só das suas propriedades farmacológicas, mas também da sua disponibilidade no local de ação (Loftsson, Olafsson,1998e).
A maioria dos fármacos que são utilizados no trata- mento de problemas dermatológicos tem como local de ação os tecidos mais