Introdução a auto-organização e autodefesa feminina
Desde o nascimento, o sujeito é criado de acordo com a construção social feita para seu sexo. De nós mulheres é cobrado a sensibilidade, a passividade, somos tomadas como dóceis, sedutoras; que ainda se desdobram nas diversas esferas sociais: família – a mulher desde sempre é educada a naturalizar o trabalho doméstico e a educação dos filhos como trabalho somente dela; na escola – existe a clara separação entre meninos e meninas, onde a menina é sempre domesticada; no trabalho – o assédio moral e sexual, a exploração do patrão, menores salários; e nos relacionamentos pessoais, determinando o que faremos, como seremos vistas e a violência que vamos sofrer.
O machismo é herança no patriarcado alimentado pela desigualdade necessária do capitalismo. Desigualdade essa que separa a sociedade nas pessoas que vendem sua força de trabalho – a classe trabalhadora – e as que detém os meios de produção e os lucros – a burguesia. É através da mão da burguesia que existe miséria para a classe trabalhadora. O Estado é a expressão maior da organização dos dominadores e seus aparatos jurídicos e militares, não estão a serviço do povo, são para a manutenção de seus privilégios; a polícia que defende a burguesia, mata e violenta as mulheres nas periferias. A exploração da classe dominante sobre o proletariado, impõe cotidianamente a violência, o desprezo, humilhação, principalmente às mulheres trabalhadoras, intensificado quando essas são negras e indígenas. Nesse sentido, é fomentado para além do machismo, o racismo, etnocentrismo, a lesbo-homo-transfobia, etc.
O machismo também fomenta o capitalismo. A mulher vende sua força de trabalho