introdução de vygostsky
Todo inventor, por mais genial que seja, é sempre produto de sua época e de seu ambiente. Sua obra criadora partirá dos níveis alcançados anteriormente e também se apoiará nas possibilidades que existem fora de si.
(Lev.S.Vygotsky, 1990:37)
Vigotsky emergiu na psicologia em um momento extremamente significativo, dadas a consolidação da Revolução Russa e a inauguração de uma nova sociedade, que tendencialmente procuravam a compreensão de um novo homem, exigindo, assim, novas bases de sustentação teórica e metodológica e novas implicações no campo dos problemas práticos. A primeira questão que a revolução russa colocou à ciência psicológica foi a análise dos problemas de aplicação prática.
Vigotsky apresentava as condições necessárias para pensar uma nova concepção de educação, pedologia , e psicologia. Era um advogado com formação eminentemente humanística e sensivelmente motivado pelos problemas sociais e culturais, sendo, além disso, um homem interessado em Filosofia da Literatura e da Arte, e crítico de arte especialista em literatura; desta forma, podemos “dizer que ele chegou à psicologia através da crítica e da estética, interessado, principalmente, pelos produtos superiores da cultura” (Rivière, 1988: 20)
Os interesses psicológicos de Vigotsky originaram-se da preocupação com a gênese da cultura. O entendimento do homem como construtor de cultura levou-o a contrapor-se à psicologia clássica, que não respondia adequadamente sobre os processos de individuação do sujeito e nem resolvia as problemáticas relacionadas à criação artística e percepção estética.
Van der Veer & Valmiser (1991;1996) evidenciam o interesse de Vigotsky em Literatura e Arte, que é apontado como requisito para a sua entrada na psicologia.
Leontiev, no prólogo de Psicologia da arte (Vigotsky, 1925;1954;1970; 1998) , salienta que Vigotsky atribuía um valor fundamental à psicologia na compreensão dos mecanismos