Introdução ao Direito

No filme “Saló – 120 dias de Sodoma” de Pier Paolo Pasolini, são vistos muitos traços de uma ideologia política chamada de Fascismo, regime totalitário de extrema-direita desenvolvido a partir de 1919 por Benito Mussolini na Itália.
Em primeiro, o filme mostra o poder do Estado perante o povo, já que o Fascismo exalta os homens e usa técnicas de propaganda e censura, fazendo uma severa mudança econômica, social e cultural, sustentando-se no nacionalismo e ostentando a xenofobia. Todos os assuntos dos indivíduos são assuntos do Estado, e esse é superior à soma dos indivíduos que o compõem, decidindo que eles existem para o Estado, em vez de o Estado existir para servi-los. É o Estado quem toma todas as decisões perante uma Nação, seja no campo político, econômico, social ou cultural. O Estado se opõe ao socialismo, pois, fora dele, não pode haver nem indivíduos, nem grupos.
O filme apresenta também a soberania perante povo, em cenas que, devido ter a liberdade suprimida e, o mesmo, ser subordinado ao poder sem limites, pais perdem filhos para o governo e nada podem fazer por serem tratados como objetos do Estado. O fascismo, segundo Mussolini, rejeita, no socialismo científico, o materialismo histórico e a luta de classes; no liberalismo, rejeita a política e a economia; na democracia, recusa o fato que "dá ao povo a ilusão de ser soberano, enquanto a verdadeira e efetiva soberania está noutras forças irresponsáveis e secretas" (que no caso seria o Estado). Até 1922, o fascismo era republicano; a noção de monarquia estaria, porém, já ultrapassada.