Introdu o bacteria
Streptococcus pneumoniae é o agente etiológico mais comum em pneumonia, meningite e infecções do ouvido médio. Nos países desenvolvidos, a incidência anual de doença pneumocócica invasiva varia de 11 a 17 por 100.000 habitantes.(1) Em pacientes hospitalizados com pneumonia adquirida na comunidade (PAC), o agente microbiano mais comumente isolado é S. pneumoniae. A prevalência de PAC relacionada a S. pneumoniae é de 9-55% em pacientes internados e de 5-9% em pacientes ambulatoriais. Em infecções comunitárias adquiridas, o tratamento empírico pode ser orientado por estudos de vigilância epidemiológica local.(2)
As taxas de resistência a penicilina em cepas de pneumococo vêm aumentando em vários países, especialmente na Ásia; essas taxas podem variar, e dados locais atualizados são necessários a fim de melhorar o manejo dessas infecções. É importante identificar a fonte da infecção a fim de melhorar a aplicação dos atuais pontos de corte para sensibilidade a penicilina.(3) Em um estudo conduzido em três países latino-americanos (Argentina, Brasil e México), detectou-se resistência global a penicilina em 15,3% dos isolados. A maior proporção de isolados completamente resistentes foi observada na Cidade do México (24,1%), e foi relativamente baixa na maioria dos centros no Brasil (8,1%).(4) Entretanto, em 2008, o Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI) atualizou os pontos de corte para a sensibilidade de S. pneumoniae a penicilina com novas definições de categorias de acordo com a fonte clínica dos isolados (relacionados a meningite e não relacionados a meningite), com base em evidências farmacocinéticas e farmacodinâmicas. Em estudos recentes no Brasil,(5) nenhuma das cepas avaliadas revelou-se resistente a penicilina, isto é, com concentração inibitória mínima (CIM) > 8 µg/mL, quando foram aplicados os padrões atualizados do CLSI.(6) As taxas de resistência de S. pneumoniae a fluoroquinolonas respiratórias, embora em geral muito baixas (< 1%),