Intoxicação por paraquat
Introdução
Intoxicações por praguicidas e outros produtos utilizados na agricultura são um problema de saúde pública mundial. Anualmente ocorrem cerca de 20 mil fatalidades e mais de 2 milhões de hospitalizações por esse motivo. Segundo Rüegg, no Brasil as intoxicações em agricultores aumentaram, chegando a um caso agudo a cada 8 trabalhadores examinados. A estimativa é de que, para cada caso registrado em hospital haja cerca de 250 não registrados, por falta de conhecimento clinicotoxicológico. O paraquat é muito utilizado na agricultura, e chega a ter índice de 13% do total de mortes por praguicidas e outras substâncias químicas, na Irlanda chega a 78% e na Costa Rica, a 60%. Sua toxicidade é elevada, e atinge vários órgãos, como pulmões, fígado, cérebro, rins, coração, adrenais e músculos, mas o principal dano é nos pulmões, podendo culminar em falência respiratória e morte. Por esse motivo, vários países suspenderam ou restringiram o uso de paraquat, além de adotar medidas como acrescentar substâncias com odor ao produto.
Aspectos Gerais
O paraquat (1,1´-dimetil-4,4´-bipiridilo), um herbicida de contato não-seletivo, é amplamente utilizado em culturas de alguns tipos de alimentos, por exemplo maçã, uva, arroz, café, entre outros. É um sólido incolor, não-volátil, explosivo nem inflamável em solução aquosa. É corrosivo para metais, e altamente estável em soluções neutras e ácidas, hidrolisando facilmente em meio alcalino. Em animais, a dose letal oral está entre 22 a 262mg/kg, de acordo com a espécie. Já em humanos, foi observado que a ingestão de 10 a 15ml de uma solução a 20% é capaz de causar intoxicações fatais, porém já foram relatadas fatalidades com ingestão de 1ml do produto.
Toxicocinética
A intoxicação por ingestão é a mais importante a ser estudada. Sua absorção é baixa, porém rápida, com pico plasmático de 2 a 4h, com meia vida em torno de 5h.