Intolerância a Lactose
O gene da intolerância à lactose
Renata Palacios1 e Marcos Edgar Herkenhoff2
1
2
Departamento de Bioquímica, Centro de Ciências Agroveterinárias, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages
Departamento de Genética, Instituto de Biociências de Botucatu, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu
Autor para correspondência: palaciosrenata2012@gmail.com
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Genética na Escola | Vol. 9 | Nº 2 | 2014
Genética na Escola – ISSN: 1980-3540
A
intolerância à lactose acomete em torno de 75% da população mundial e é caracterizada pela ineficiência ou redução na atividade enzimática da lactase, denominada hipolactasia, durante a quebra e digestão da lactose. A hipolactasia pode ser ocasionada por fatores primários, secundários e congênitos. O fator primário, mais frequente, é de natureza hereditária. Esta alteração no gene da lactase surgiu entre 5.000 e 10.000 anos e tornou-se benéfica, garantindo uma vantagem para os seres humanos que tinham o leite como alternativa nutricional.
O GENE DA
INTOLERÂNCIA À LACTOSE
A
enzima lactase, também conhecida como lactase-florizina hidrolase ou b−
-D-galactosidase, está situada na borda em escova dos enterócitos, células responsáveis pela absorção de nutrientes, no intestino del-
gado. A lactase é responsável por hidrolisar, ou seja, quebrar em partículas menores, a lactose, açúcar não absorvível encontrado no leite, em moléculas menores como a glicose e galactose, para que sejam absorvidas pela mucosa intestinal e liberadas na corrente sanguínea (Figura 1).
Lactase
+
2
Lactose
Galactose
Glucose
Figura 1.
Quebra da lactose em glicose e galactose em uma reação que envolve a enzima lactase e uma molécula de água. O “O” representa o átomo de oxigênio e, o “H”, de hidrogênio. (Fonte: http://commons.wikimedia.org/ wiki/File:Lactase.png)
A diminuição da atividade enzimática ou a ausência da enzima é denominada de