interpretação e produção de texto
A palavra “texto” é bastante familiar no âmbito escolar e fora dele, embora, de modo geral, não o reconheçamos em diversas de suas ocorrências. Certamente já ouvimos: “Que texto interessante! Seu texto está confuso! Faça um texto sobre “suas férias”...
No entanto, no que diz respeito especialmente à leitura, muitas vezes os alunos lêem fragmentos do texto e buscam entender partes isoladas que, sem relação com as demais — com o todo —, levam o leitor, provavelmente, a chegar a conclusões precipitadas e até mesmo erradas sobre o sentido do texto.
Os estudos mais avançados na área da Lingüística Textual, a partir da década de 60, detiveram-se em explicar as características próprias da linguagem escrita concretizada em forma de texto e não em forma de um mero amontoado de palavras e frases.
Para a Lingüística Textual, a linguagem é o principal meio de comunicação social do ser humano e, portanto, seu produto concreto — o texto — também se reveste dessa importante característica, já que é por intermédio dele que um emissor transmite algo a um receptor, obedecendo a um sistema de signos/regras codificado. O texto constitui-se, assim, na unidade lingüística comunicativa básica.
Inicialmente, faz-se necessário expor o conceito de “texto”, por ser ele o elemento fundamental de comunicação. Vejamos o conceito proposto por Bernárdez (1982):
Texto é a unidade lingüística comunicativa fundamental, produto da atividade verbal humana, que possui sempre caráter social: está caracterizado por seu estrato semântico e comunicativo, assim como por sua coerência profunda e superficial, devida à intenção (comunicativa) do falante de criar um texto íntegro, e à sua estruturação mediante dois conjuntos de regras: as próprias do nível textual e as do sistema da língua”. Alguns elementos nos parecem centrais nessa definição. São eles:
a. Um texto não é um aglomerado de frases; o significado de suas partes resulta das correlações que elas mantêm entre si. Uma