Interferência na produção de subjetividade
Elisa Lucinda – Poema: Milionário do Sonho
Por vezes a população carente se auto intitula como favelado e marginal. Limitado e limitador. Incapaz. Fado traçado. Só alcançou o sucesso aquele que saiu de onde nasceu, que mudou-se para um local bem visto pela sociedade, onde habitam classes mais bem favorecidas.
Mas, por quê?
Porque deslegitimar o meu eu? Mais ainda, porque fazer isso consigo mesmo?
Porque acreditar, desde cedo, que somos inferiores a outros? Que devemos agir de tal maneira pois é essa nossa realidade? E o pior: a naturalidade com que isso é visto e praticado.
Essa condição no qual nos permitimos permanecer ocorre devido à utilização dos conhecimentos da psicologia, desenfreada e abusiva, pelos poderes hegemônicos .
As formas como práticas “psi” podem ser utilizadas são inúmeras. E mais, a maneira como nossas verdades são modificadas para satisfazer desejos dos poderes predominantes é curioso. Tendo o domínio de causar e legitimar, tornando, por vezes, uma verdade pessoal e imutável, gerando a “produção de não vida”. Banalizando-a, literal e cruamente.
Essa verdade imposta é propagada e perpetuada pela população, provando que houve uma interferência na formação do “EU”.
A maneira como a produção de subjetividade pode sofrer interferência é desmedida. Em diversos momentos, acredito.
Como no poema de Elisa Lucinda, o menino brasileiro não sente-se como ele mesmo, como sujeito de sua história, devido à visão no qual é associado. No entanto essa interferência pode ser vista e ocorrer de diversas outras maneiras, a mulher submissa, o homem do interior, o consumismo, entre tantos outros. E por parte não só dos poderes dominantes, mas também da população e de indivíduos em particular.
Desta forma, os estudos iniciais sobre Psicologia, fizeram com que me atentasse sobre importância da sociedade e seus