Integralidade
PELA INTEGRALIDADE E EQÜIDADE NA ATENÇÃO.
Luiz Carlos de Oliveira Cecilio
Introdução
Universalidade/integralidade/eqüidade da atenção constituem um conceito tríplice, entrelaçado, quase um signo, com forte poder de expressar ou traduzir de forma muito viva o ideário da
Reforma Sanitária brasileira. Consignas como cidadania, saúde como direito de todos e a superação das injustiças resultantes da nossa estrutura social estão implícitas no trípliceconceito-signo. Neste texto, destaco e trabalho mais especificamente os temas da integralidade e da eqüidade, sem desconsiderar que não há integralidade e eqüidades possíveis sem a universalidade do acesso garantida. Dou ênfase a esses dois conceitos porque creio que a integralidade e a eqüidade, enquanto objetivos da atenção em saúde, vão além do simples
“consumo” ou acesso a determinados serviços e nos remetem ao campo da(s) micropolítica(s) de saúde e suas articulações, fluxos e circuitos que, afinal, configuram uma “macro” política de saúde que, por convenção (e inércia) temos chamado de “sistema de saúde”. Mais ainda, acho que pensar a eqüidade e a integralidade da atenção nos obriga a enxergar como o “micro” está no
“macro” e o “macro” no “micro” e que esta recursividade, mais do que uma formulação teórica, tem importantes implicações na organização de nossas práticas. A luta pela eqüidade e pela integralidade implica, necessariamente, em repensarmos aspectos importantes da organização do processo de trabalho, da gestão e planejamento e da construção de novos saberes e práticas em saúde. Para orientar minhas reflexões, vou tomar como “analisador” as necessidades de saúde, em particular a potencialidade que têm de ajudar os trabalhadores/equipes/serviços/rede de serviços a fazer uma melhor ESCUTA das pessoas que buscam “cuidados em saúde”, tomando suas necessidades como centro de suas intervenções e práticas. O desafio, então,