insuficiência lutea
INTRODUÇÃO
A insuficiência lútea é definida como anormalidade da função do corpo lúteo com produção insuficiente ou inadequada de progesterona, caracterizada por deficiente amadurecimento endometrial (DE SOUZA, 20003; FEBRASGO, 2003).
É distúrbio reprodutivo associado com infertilidade, com taxas entre 3% e 10%, pois o diagnóstico não é preditivo de recorrência em ciclos subseqüentes. É responsável também por abortamento espontâneo; pode incidir em mais de 25% das abortadoras habituais, produzindo abortos precoces, entre a quarta e a oitava semanas (DAWOOD, 1994; SOGESP, 1996; STEPHENSON, 1996).
Ocorre também com freqüência em mulheres que se encontram na década antes da menopausa, ocasionando manifestações clínicas de oligomenorréia, com surtos de menorragia ou polimenorréia. A intensa atividade física desempenhada pelas mulheres atletas é fator que predispõe ao aparecimento de insuficiência lútea. Mulheres submetidas a situações de estresse igualmente são mais predispostas a apresentar este distúrbio (INSLER, 1992; SPEROFF et al., 1999; XIAO et al., 2002; DE SOUZA, 2003).
FISIOLOGIA ENDÓCRINA DA FASE LÚTEA
Para que haja um funcionamento lúteo normal é necessário um desenvolvimento pré ovulatório adequado.
É aceito que no meio do ciclo menstrual o pico das gonadotrofinas, principalmente pulsos de hormônio luteinizante (LH), induza a ovulação e estimule o folículo pré-ovulatório com a posterior formação do corpo lúteo.
Os componentes da granulosa necessitam de ação sinérgica com a produção androgênica tecal para o aumento da produção estrogênica e o desenvolvimento de receptores LH para produção de progesterona. Antes da ruptura do folículo e liberação do óvulo, as células da granulosa começam a aumentar de tamanho e assumem um aspecto vacuolado englobando o pigmento luteína no seu interior. Após ovulação, forma-se no ovário o corpo lúteo e as células da granulosa continuam a crescer, aumentando-se a angiogênese local com pico