Insuficiencia hepatica
A mortalidade por cirrose hepática é considerada o principal indicador de complicações do alcoolismo, na população em geral. Em 1996, as doenças do aparelho digestivo constituíram a sétima causa de mortalidade no Brasil, estando às doenças do fígado em primeiro lugar. Dessas, a cirrose hepática representou a principal causa de morte. Estados Unidos, México e Brasil apresentam situações semelhantes, podendo o álcool ser responsabilizados por 50 a 80% dos casos de cirrose hepática. Na Itália, a infecção crônica pelo vírus da hepatite B e C é, até o momento, reconhecida como a causa maior de cirrose hepática, em mais de 80% dos casos. Desses, cerca de 90% estiveram associados à hepatite C.
A doença hepática crônica resulta em grande impacto nutricional, independente de sua etiologia, pelo fato do fígado responsabilizar-se por inúmeras vias bioquímicas na produção, modificação e utilização de nutrientes e de outras substâncias metabolicamente importantes. A presença do álcool constitui por si só agravante por promover desvios de vias metabólicas aumentando o consumo energético, a produção de H+ e das formas ativas do oxigênio. Mesmo sem o álcool, a presença de desnutrição é elevada nessa doença e pode ter valor prognóstico.
Intervenções dietéticas podem melhorar o estado nutricional em pacientes com doença hepática, reduzir complicações, as hospitalizações e seus custos e melhorar a qualidade de vida. O fornecimento de terapia nutricional específica (enteral/parenteral) melhora alguns parâmetros de função hepática, em pacientes com doença hepática grave descompensada. No entanto, não se pode concluir que a terapia nutricional diminua a mortalidade desses pacientes ou reverta o avanço da doença.
As conseqüências metabólicas do comprometimento da função hepática, com ou sem ingestão de álcool, sobre o metabolismo protéico-energético como um todo ou especificamente sobre carboidratos, lipídios e proteínas são revistas, visando melhorar a compreensão