Insuficiência hepática aguda
1- Introdução
Insuficiência hepática aguda refere-se ao rápido desenvolvimento de lesão hepática aguda grave e encefalopatia. É a condição de maior gravidade entre as hepatopatias e pode levar quase metade dos pacientes à morte. No Brasil, por exemplo, ela é responsável por 2% dos transplantes de fígado. As definições mais aceitas para o diagnóstico de IHA consideram que há um intervalo de tempo do aparecimento dos sintomas até o desenvolvimento de encefalopatia hepática (EH). Alguns autores concordam, inclusive, que o surgimento da coagulopatia grave prévia a EH seja um critério para diagnóstico de IHA.
As significações mais utilizadas na prática clínica para diagnosticar de IHA são:
• Doença hepática aguda causando cursando com EH dentro de um período de 8 semanas após início dos sintomas,
• Doença hepática aguda cursando com EH dentro de um período de 26 semanas a partir do início dos sintomas,
• Doença hepática aguda cursando com EH dentro de um período de 2 semanas a partir do início da icterícia.
2- Fisiopatologia
A IHA representa a via final comum de lesão hepática extensa (necrose maciça) por uma variedade de agentes etiológicos diferentes, dentre os quais, a hepatite viral e a medicamentosa (principalmente paracetamol) são as mais comuns.
O mecanismo da necrose hepatocelular pode consistir em dano tóxico direto (lesão citotóxica), destruição dos hepatócitos mediada imunologicamente (lesão citopática), ou combinação destes (maioria dos casos).
Entre as causas, as mais comuns são:
1. Drogas ou toxinas: O paracetamol é a toxina mais comum associada à IHA, sendo que a maioria dos casos ocorre após a ingestão de grandes doses na tentativa de cometer suicídio. A dose tóxica do paracetamol é 150mg/Kg na criança e 7g no adulto, podendo ser menor quando existe ingesta de álcool associada.
2. Hepatites virais: A hepatite A é a causa mais freqüente de IHA em crianças; enquanto que a Hepatite B é a causa