inside job
Contudo, os atravessadores desses negócios estão às margens do risco. Percebemos que quando tal cenário atinge proporções grandiosas, forma-se um grupo de pessoas intermediárias no processo que se sentem, e muitas vezes estão, seguras e resguardadas da perda. São pessoas que conhecem o mercado financeiro e que tem o conhecimento da sua posição e da posição de quem irá perder quando o colapso ocorrer.
Os valores movimentados nesse mercado são tão significantes que as pessoas que detém o poder, não ousam colocar um freio ou, como fica evidente no documentário, não admitem regras que limitem os seus empreendimentos. As empresas que classificam as transações são contratadas dos próprios bancos, ou seja, a possibilidade de apresentar um parecer desfavorável é praticamente inexistente.
Os economistas renomados recebem prêmios por artigo favorável publicado. O governo, por sua vez, incentiva o investimento de risco através da desregulamentação.
Os grandes bancos se unem para tornar-se maiores e portanto mais passíveis de resgate caso passem por dias difíceis. Acabam por investir mais agressivamente nesse mercado antes que este afunde e, com ele, investidores do mundo inteiro.
Inside Job, o documentário de Charles Ferguson que pretende mostrar como foi possível o mergulho da economia mundial na abissal crise do final de 2008, indica de modo contundente o caráter superlativo desse prognóstico, em tempos de capitalismo financeirizado. A dança das cadeiras dos protagonistas dessa história entre os mais altos cargos do governo, o comando de grandes grupos financeiros e as cátedras dos cursos de economia e negócios de renomadas universidades dá a tônica da narrativa e é um dos pontos altos do filme. A desfaçatez dos economistas professores ao afirmarem sem pejo que não há conflito entre seu papel de