INSETOS E A EDUCAÇÃO
É fácil dizer que insetos fazem parte do currículo escolar especificamente como animais invertebrados, mesmo que não se pense muito em insetos como animais. São apenas insetos. Picam, mordem, passam doenças, destroem plantações, contaminam os alimentos. Nada de ligações entre insetos e currículo escolar a não ser quando eles transitam por corredores, salas, assoalhos, tetos e cabeças em livre apropriação de espaço, invasão latifundiária, retomada de posse da terra e de território. Aprender a planejar com insetos era o desafio pedagógico que faltava. Também é fácil descrever essas criaturas como sujos bichos com seis pernas, duas antenas, asas em algum momento de sua vida, nascidos de ovos e que não servem para nada além de sujar, comer, contaminar outros seres importantes para a cadeia alimentar, com exceções às abelhas. Até aí já era suficiente.
Salvador Dalí retrata toda uma escola surrealista, onde os conceitos de tempo e lugar surgem na força das asas das borboletas, na beleza, na vida, metamorfose constante na fragilidade humana. Seus bigodes-antena apontando para o olhar de genial grilo não deixam dúvidas sobre os grilos na cuca nos obrigando a crescer, a descobrir, a mudar, a sair caçando grilos. Nesse colorido desfile sonoro, científico e criativo surge Dona Baratinha cercada por mamíferos apaixonados. Idiossincrasias sim, preconceitos não. Teatro, ficção, imaginação infantil para todas as idades embaladas pelas afinadas vozes de atores que humanizam outros animais ou que animalizam humanos por sermos todos apenas terráqueos. Todos esses que voam podem ir à Festa no Céu. Nós, os sem asas também, pois foram os voadores que nos ensinaram a voar.
Ainda na disciplina de artes, seria impossível ignorar a animação e o cinema nas maravilhosas criações que ilustram uma Vida de Inseto de John Lasseter e Andrew Stanton; o comportamento de joaninhas, formigas, vespas, moscas e caracóis em escala diante da perspectiva humana na maravilhosa