ingles
Veja o que o doutor em linguística, Mário Perini (2000:252), diz sobre esse fenômeno:
"A polissemia é uma propriedade fundamental das línguas humanas, que sem ela não poderiam funcionar eficientemente. Seria impraticável dar um nome separado a cada "coisa", incluindo aquelas que nunca vimos. Ao nos depararmos com um objeto nunca visto antes - digamos, um novo modelo de bicicleta - ficaríamos sem recursos para denominá-lo. Mas não é assim que a linguagem e a mente trabalham. Ao encontrar um objeto novo, tentamos imediatamente "reconhecê-lo", encaixando-o em alguma categoria já existente na memória (e na língua). Ao vermos um animal desconhecido, em geral tendemos a chamá-lo pelo nome de um animal já conhecido; assim, chamamos formiga aos representantes de milhares de espécies diferentes de insetos; e assim uma criança diz "cocó " ao ver pela primeira vez um avestruz. A polissemia confere às línguas humanas a flexibilidade de que elas precisam para exprimirem todos os inumeráveis aspectos da realidade.”
Essas mudanças de sentido não se dão aleatoriamente, mas obedecem a padrões culturais. São o resultado do uso da linguagem como instrumento para a leitura do mundo, para a expressão do indivíduo e para a sua identificação como membro de determinado grupo social.
Ambiguidade