Infância no mundo contemporâneo - algumas questões
Jeanne D’arc Carvalho
O estudo destaca alguns questionamentos que a psicanálise pode fazer acerca de episódios que repercutiram na mídia envolvendo a criança. Destaca-se a prematuridade sexual, casos de abusos sexuais contra crianças e praticados por crianças e revela que, conforme estudo realizado no Reino Unido, atualmente as crianças estão cada vez mais sujeitas às pressões consumistas e a alguns tipos de agressão inexistentes no passado. Destaca, ainda, que nunca houve tanta proteção à criança e, ao mesmo tempo, ocorrências das mais diversas envolvendo-as.
Eis as perguntas:
1 – A infância no mundo contemporâneo volta ao mundo das sombras e do silencio?
2 – Há agora uma renovação do velho ciclo onde a criança é representada como um adulto pequeno? Ou tende a desaparecer a conceituação sobre a infância que a sociedade se pautava por ela?
3 – Como explicar a maneira cada vez mais prevalente em que assistimos à criança ser colocada em situações de responder como ator no mundo adulto?
4 – Quanto à ideia de infância perdida, roubada, questiona-se se tal ideia refere-se a um fenômeno recente ou a sociedade privilegiou a ideia de uma infância imaculada?
Philippe Ariès, na década de 60, realizou um estudo para analisar em que momento a concepção de infância passou a existir, concluindo que a trata-se de produto da modernidade. Tem- se, então, que a criança passou a ter um lugar de fato com a família burguesa, o que evidencia um fenômeno sociocultural. Porém, o estudo recebeu inúmeras críticas, das quais destaco:
- a ideia do conceito de infância atrelado às elites, as camadas superiores da sociedade;
- a percepção referente à importância social da criança está atrelado a um momento histórico. Deste modo, não seria correto dizer que o sentimento de infância passou a existir neste ou naquele determinado tempo, mas sim que se trata de uma característica da modernidade.
Outro estudo relevante a ser