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Jogos do Poder não é o tipo de filme facilmente digerível. Complexo, cheio de tramóias políticas e contextos históricos, pode entediar as platéias mais jovens, que podem ir ao cinema atraídas pelo elenco estrelar, que reúne Tom Hanks, Julia Roberts e uma das revelações do momento Amy Adams, de Encantada.
O roteiro tem como base o livro Charlie Wilson's War, de George Crile (inédito no mercado editorial brasileiro), e é capaz de condensar de forma coerente as quase 600 páginas da publicação em pouco mais de uma hora e meia de filme. A história de Jogos do Poder gira em torno do congressista Charlie Wilson (Tom Hanks), que, nos anos 80, envolve-se com a invasão russa no Afeganistão. Com sua influência política - aliada às gratas ajudas do agente da CIA Gust Avrakotos (Philip Seymour Hoffman, indicado ao Oscar pela atuação) e da milionária texana Joanne Herring (Julia Roberts) -, o político com pinta de fanfarrão mas de bom coração consegue levantar bilhões de dólares do governo norte-americano para equipar e treinar os rebeldes afegãos para expulsar os russos comunistas do país. No auge da Guerra Fria, a interferência na invasão fez não somente com que o mundo comunista entrasse em colapso, mas, principalmente, com que os rebeldes do Talibã (equipados e treinados pelos EUA) assumissem o controle no Afeganistão. As conseqüências são sentidas até hoje, ressonadas em todo o mundo.
Com personagens complexos, humor cínico e igualmente complicado, Jogos do Poder não é facilmente entendível. O filme demora para envolver o espectador que, antes de ensaiar algumas risadas, ainda precisa prestar atenção e entender como esses jogos políticos funcionam no longa-metragem. Por isso, o filme de Mike Nichols (Closer – Perto Demais) não deve atrair ou conquistar muitos espectadores, o que explica seu fracasso nos cinemas norte-americanos. O filme custou US$ 75 milhões para ser produzido e rendeu US$ 65 milhões nas salas norte-americanas.
Talvez faltem efeitos