Inflacao
A caderneta de poupança foi, por muito tempo, a melhor opção para investimentos na opinião de muitos brasileiros. Com a inflação galopante que assolou o Brasil a partir da década de 1970, quem aplicava na caderneta de poupança tinha segurança e uma relativa proteção contra a inflação. Era uma alternativa para proteger o dinheiro da desvalorização. Com o Plano Collor, no início da década de 1990, a credibilidade histórica da poupança ficou abalada pelo congelamento de sua liquidez. Mas, rapidamente, os investidores tiveram que esquecer os traumas daquele triste episódio da história econômica brasileira e voltar a aplicar na poupança, uma vez que a inflação voltou com força. Ficar com o dinheiro parado era pior do que enfrentar o medo de um novo congelamento. Assim, a caderneta de poupança voltou a ser o investimento preferencial de uma imensa parcela da população brasileira. Mas esse quadro mudou depois que foi criado o Plano Real e a inflação foi, finalmente, controlada. Com o Plano Real veio a necessidade de o governo captar dinheiro no mercado para compensar o déficit público e a perda das receitas advindas da desvalorização da moeda – o chamado “imposto inflacionário”. Como a credibilidade do governo estava em baixa e o medo de novas soluções heterodoxas ainda era grande, os poupadores não estavam dispostos a emprestar dinheiro para o governo a taxas baixas e por prazos longos. Assim começou o período áureo das Letras Financeiras do Tesouro (LFT). Este título com rentabilidade diária vinculada à taxa SELIC* passou a representar um investimento seguro e com elevada liquidez. Entre julho de 1994, início do Plano Real, e dezembro de 2006, a poupança rendeu aproximadamente 520%. Enquanto isso, as LFT renderam mais de 1.500%. A caderneta de poupança ficou fragilizada frente a um concorrente tão forte quanto as Letras Financeiras do Tesouro, que além de