infertilidade humana
Desde os 12 anos que passo a vida a dizer que quero ter filhos, uns gémeos e outro adoptado. O parto sempre me deu pânico e essa era a forma de passar uma única vez por esse transe. Os meus antecedentes familiares e os do meu marido eram inexistentes para podermos realizar uma gravidez gemelar, mas nunca pensei em consegui-lo.
Considero-me uma pessoa forte, guerreira e lutadora, mas... uma FIV?. Entrei em colapso como nunca antes me tinha acontecido. Chorei durante mais de um mês inteiro. Via bebés e grávidas em todas as esquinas. Começava a ser uma obsessão, e no entanto, ninguém sabia de nada. O silêncio estava a matar-me.
Iniciando o tratamento
Depois de 4 meses a dar voltas à cabeça o grande dia chegou. A minha primeira consulta no IVI. Eu estava calma, mas os problemas continuavam a aumentar, e continuávamos a ter uma única opção: FIV.
A galinha dos ovos de ouro
Decidimos vitrificar os óvulos e desta forma ir acumulando até que tivéssemos os necessários. Voltávamos a entrar em terreno desconhecido. Quando acreditávamos que estávamos na recta final, na realidade, nem sequer tínhamos começado. Por vezes, parecia interminável, uma punção após outra, e nunca mais chegávamos ao fim. Muitas vezes trabalhámos tanto para depois nos desiludirmos!!!! Outras vezes, aprendi a rir-me de mim própria e na minha família começaram a chamar-me "a galinha dos ovos de ouro ". A rir tudo é mais fácil, então... Porque não tentar? Tínhamos que ser positivos até ao fim. Só tínhamos conseguido um óvulo? Seguramente que era de muito boa qualidade. Uma punção correu mal? Decerto que a seguinte será maravilhosa.
O dia tão desejado
Por um lado deseja que tudo termine já. É demasiado tempo, demasiadas hormonas. No entanto, há uma outra parte de si que sente um medo nunca antes sentido.
Antónia