Infernizar a vida do cidadão
Por que a irritação? Vai minha história. Há dois anos decidi comprar um modem para internet móvel, cansado de pagar caro por conexões em hotéis e ficar na mão nos espaços públicos. Fiz um plano básico de uma empresa de uniforme azul – esqueci o nome, para todo o sempre –, e comprei na própria loja um modem por R$ 200, pagos em 10 vezes (e que não valeu nenhum desconto na tarifa). Pois bem, como agora me interessou frequentar mais o Litoral do Paraná e como essa região – provavelmente por ficar muito longe – é uma espécie de Tanzânia das operadoras (tive conexões melhores subindo o Amazonas), resolvi cancelar o contrato, por inútil, e trocar por outra empresa, que promete mundos e fundos (vou testar).
O leitor já tentou cancelar um contrato de telefone? No meu caso, foram nove tentativas em quatro dias. Cansei de anotar protocolos. Depois de dar todas as informações de novo, a cada vez, CPF, endereço, “mas por que quer cancelar?”, receber ofertas indecorosas de novos planos, promessas de 3G até na casa da sogra, depois de mudar, solerte mas inutilmente, a tática de ataque (da fúria assassina à gentileza gosmenta), depois de ameaçar ir à polícia e prometer carta de recomendação, enfim consegui. Com uma certa Carla, mais nervosa que eu, a ligação não caiu: cancelei meu plano. Quer dizer, foi o que ela disse. (Desconfio