Avanços Tecnológicos
A privacidade está morrendo. Ou já morreu?
As pessoas utilizam diferentes tecnologias no dia-a-dia sem qualquer cuidado. A democracia sofre ameaças até em países como os Estados Unidos, onde o combate ao terrorismo tem criado um clima de quase paranóia, o que aumenta os riscos à privacidade e aos direitos fundamentais do ser humano.
O mundo tem assistido, estarrecido, a incontáveis exemplos chocantes desse retrocesso, entre os quais as centenas de prisões ilegais e de telefones grampeados sem autorização judicial, tanto nos Estados Unidos quanto em aeroportos europeus. Sem falar na base americana de Guantánamo, ou nas torturas praticadas por soldados americanos no Iraque.
Jean Paul Jacob, cientista brasileiro que trabalhou mais de 30 anos para a IBM, diz que uma das conseqüências da revolução digital e, em especial, da expansão mundial da internet, foi o fim da privacidade. Concordo com a afirmativa, mas não me conformo com a inconsciência da maioria das pessoas diante do problema. E pior: esse não é um problema brasileiro, pois nem mesmo nos Estados Unidos e na Europa o cidadão comum tem lutado por seus direitos nessa área, ou parece preocupar-se com os riscos à sua privacidade.
A questão se agravou a partir dos ataques de 11 de setembro de 2001, razão por que as medidas de segurança passaram a infernizar a vida dos passageiros aéreos – 99,99% dos quais são bons cidadãos e jamais pensariam em ameaçar a segurança de aviões ou de aeroportos.
Um dos projetos mais recentes é a identificação automática de qualquer passageiro ao passar no setor de imigração, por meio de etiquetas inteligentes dotadas de chip embutido no passaporte, cartão de embarque ou na própria bagagem. São os sistemas de identificação por radiofreqüência (RFID, do inglês radiofrequency identification devices), que serão operados em aeroportos pela TSA (Transport Security Authority), a empresa responsável pela segurança do transporte aéreo nos Estados Unidos. (Ver vídeo