Infarto agudo do miocardio
Prof. Carlos Eduardo Dib
O infarto agudo do miocárdio é definido como uma necrose isquêmica de extensão variável de tecido miocárdio decorrente de diminuição abrupta do fluxo coronário ou aumento equivalente da necessidade miocárdio de oxigênio que não pode ser ofertada por uma artéria coronária obstruída. O coração depende de um suprimento ininterrupto de substratos, sobretudo oxigênio, que não pode ser armazenado no miocárdio – por isso o coração não suporta isquemia prolongada, e a obstrução de uma artéria coronária é rapidamente seguida por morte celular. O evento cardíaco é dividido em três fases, chamado de os “3 is”, ou seja, isquemia, injúria e infarto.
A isquemia pode ocorrer dentro de segundos (< 20 minutos) e, a lesão (injúria), dentro de 20 a 40 minutos. O processo todo evolui para o infarto, em cerca de 1 a 2 horas. Na maioria das oclusões coronárias totais, o infarto estará 90% completo em cerca de 6 horas. Ocorre com o desbalanço entre a necessidade de O2 de uma determinada área do coração e o fluxo de O2, (< 20 minutos). Geralmente, artérias coronárias doentes e estreitadas causam isquemia, quando não podem ofertar sangue suficiente para uma área cardíaca com atividade de contração. A isquemia pode ser resolvida pela redução da necessidade de O2 pelo coração (reduzindo a FC com o uso de ß-Bloqueador) ou pelo aumento do fluxo sanguíneo (vasodilatação com nitroglicerina). As alterações eletrocardiográficas da isquemia são:
1. Onda T elevada (estreita, grande amplitude, apiculadas e simétricas - fenômeno da agudização).
2. em seguida ocorre a Inversão da onda T Essas alterações na onda T refletem a isquemia miocárdica, a ausência de fluxo adequado de sangue para o miocárdio.
3. Depressão do segmento S-T (no mínimo 1mm abaixo da linha de base)
Uma característica diagnóstica útil é que as ondas T de isquemia miocárdica estão invertidas simetricamente, enquanto que na maioria das outras