infancia
Quando nasce, o ser humano traz consigo um conjunto de competências que lhe permite responder à multiplicidade de estímulos físicos e sociais que o rodeiam, e construir as suas relações no e com o mundo. A percepção do mundo, inicialmente captada pelos sentidos, é avaliada em termos de agradável ou desagradável, sendo o tipo e a forma de comportamento também referenciada em termos de agradável ou desagradável (Guenther, 1997). Nesta consciência de nossas sensações (Rousseau, 1985, p. 38) procuramos ou fugimos dos objetos ou acontecimentos que os produzem segundo nos sejam agradáveis ou desagradáveis . É essencialmente através de interações sensoriais e motoras que a criança descobre, sente, experimenta e conhece o mundo que a rodeia. As informações e as oportunidades que lhe são facultadas por estas interações (ver, tocar, levar à boca, cheirar...) fornecem-lhe referências como interagir, num dado momento, com algumas solicitações do meio (Zerloti, 2003, p. 301). Ou seja, o conhecimento não nasce dos objetos, nem do sujeito, mas sim através das interações que o sujeito estabelece com esses objetos (Hohmann et al., 1978).
Ao longo dos dois primeiros anos de vida do ser humano os sentidos são veículos fundamentais ao seu bom desenvolvimento, mas também ao estabelecimento de aspectos fundamentais da sua personalidade, do temperamento e das reações emocionais (Diamond &
Hopson, 2000). É nesta demanda constante de descoberta de novas e múltiplas sensações que cada criança aprende e se apropria do mundo que a rodeia.
Os atuais estudos das neurociências revelam que grande parte das competências sensoriais do ser humano se desenvolve nos primeiros anos de vida. O manuseamento de objetos, com suas cores e tonalidades, formas, pesos e movimentos proporcionam uma grande diversidade de estímulos adequados ao desenvolvimento visual tridimensional. Os trabalhos de Palmer (1980, citado por