Infancia e ludicidade
(1980) define o gênero como aquele que, enquanto diverte o pequeno, oferece esclarecimentos sobre ele mesmo, favorecendo o desenvolvimento da sua personalidade. Há, no entanto, uma intrínseca relação entre literatura infantil e escola, até hoje constatada em grande parte dos textos destinados à infância. Os aspectos lúdicos, que deveriam conduzir o processo de amadurecimento infantil através da literatura, dão espaço ao caráter pedagógico, educativo, associando a arte a mecanismos de controle da criança. Isso vem a comprometer justamente a formação do leitor, que acaba não encarando o livro como fonte de prazer, de entretenimento, afastando-se da leitura. Por isso, cabe à escola respeitar o papel da literaturaComo destaca Regina Zilberman, a sala de aula tem todas as condições para se tornar "um espaço privilegiado para o desenvolvimento do gosto pela leitura, assim como um importante setor para intercâmbio da cultura literária".
(2003:16) Por isso, todo o esforço feito na família e, em especial, na escola, para promover a leitura será benéfico ao pequeno. Daí a importância de pais e, principalmente, professores reconhecerem o caráter artístico da literatura infantil, selecionado obras emancipatórias, que permitam o diálogo, a interação entre o narrador e o leitor mirim, garantindo prazer no ato de leitura e, conseqüentemente, ampliação dos horizontes de expectativas, de modo a gerar novos conhecimentos como categoria artística, atrelada à essência libertária do ser humano
O estímulo ao exercício imaginativo, proporcionado pelo objeto artístico, contribui para o rendimento intelectual do leitor, apesar de ser, muitas vezes, desconsiderado em sala de aula. Uma das principais tarefas do educador que atua no ensino fundamental é aperfeiçoar e ampliar a capacidade lingüística do educando, aspecto decisivo