Industria cultural
Segundo Adorno, a tese sociológica de que haveria um "caos cultural", gerado pela diferenciação técnica e social, pela especialização, etc., é desmentida pelos fatos.
"A cultura contemporânea a tudo confere um ar de semelhança. Filmes, rádio e semanários constituem um sistema. Cada setor se harmoniza em si e todos entre si." > PAG. 7
Fala do conhecimento meramente instrumental, sem capacidade contemplativa, totalmente desprovido de cunho humanizador, voltado apenas para a produção.
"a falsa identidade do universal e do particular" > PAG. 8
Universal e particular são, na verdade, irreconciliáveis. A cultura vive, como diz Adorno, uma universalização, uma padronização.
"Toda a cultura de massas em sistema de economia concentrada é idêntica, e o seu esqueleto, a armadura conceptual daquela, começa a delinear-se. Os dirigentes não estão mais tão interessados em escondê-la; a sua autoridade se reforça quanto mais brutalmente é reconhecida. O cinema e o rádio nâo têm mais necessidade de serem empacotados como arte. A verdade e que nada são além de negócios lhes serve de ideologia. Esta deverá legitimar o lixo que produzem de propósito. O cinema e o rádio se autodefinem como indústrias, e as cifras publicadas dos rendimentos de seus diretores-gerais tiram qualquer dúvida sobre a necessidade social de seus produtos."
Para Adorno, a produção cultural assume-se, agora, enquanto indústria. Justifica o lixo que produz na necessidade de obter lucros. Já não procuram dizer-se arte. Os valores do capital, a "armadura conceptual" da economia de mercado, estabelecem-se naturalmente como fatores para julgar a pertinência de determinada produção cultural.
"A participação de milhões em tal indústria imporia métodos de reprodução que, por seu turno, fazem com que inevitavelmente, em numerosos locais, necessidades iguais sejam satisfeitas com produtos estandardizados. O contraste técnico entre poucos