Indice de massa corporal
Artigo Original
Índice de massa corporal
Arq Bras Cardiol
2002; 79: 61-9.
Índice de Massa Corporal: Um Questionamento Científico
Baseado em Evidências
Djalma Rabelo Ricardo, Claudio Gil Soares de Araújo
Rio de Janeiro, RJ
Objetivo - Criticar, objetivamente, o índice de massa corporal e propor outras alternativas baseadas em evidências para relacionar peso corporal e altura que eliminem ou reduzam as limitações do índice de massa corporal.
Métodos - Utilizamos dois bancos de dados para a análise das relações de peso e altura: 1) crianças e adolescentes do Brasil, Estados Unidos e Suíça; 2) 538 estudantes universitários. Foram realizadas simulações matemáticas com dados de altura entre 115 e 190cm e de peso entre
25 e 105kg. Selecionamos três métodos de analise da relação peso e altura: índice de massa corporal - peso (kg)/altura
(m2), recíproco do índice ponderal - altura (cm)/peso 1/3(kg) e ectomorfia. Utilizando a faixa de normalidade de 20 a
25kg/m2 para o índice de massa corporal na altura de referência de 170cm, foram identificadas as faixas correspondentes de 41 a 44cm/kg1/3 para o recíproco do índice ponderal e de 1,45 a 3,60 para a ectomorfia.
Resultados - As simulações matemáticas demonstraram uma forte associação entre os três métodos com concordância absoluta em uma altura de 170cm, mas com tendência à discrepância nas faixas de normalidade, já observada nos valores de 165 e 175cm, inviabilizando a conversibilidade direta entre esses índices. O recíproco do índice ponderal e a ectomorfia contemplaram com seus pontos de corte uma faixa etária maior em crianças e adolescentes e uma faixa mais central e ampla em estudantes tanto no peso relatado (atual) quanto no desejado.
Conclusão - O recíproco do índice ponderal ou a ectomorfia apresentam maior robustez e melhor lógica matemática do que o índice de massa corporal e podem ser aplicados, com os mesmos pontos de corte para normalidade, a partir dos cinco anos e meio