India, o novo escritorio do mundo globalizado
A Índia saltou subitamente para as primeiras páginas dos jornais quando o relatório da principal agência de informação dos EUA sobre o estado do Mundo em 2025 coloca este país no centro do mundo democrático.
Ao mesmo tempo, a capital económica do Índia, Mumbai (Bombaim, na velha grafia), tornou-se alvo de um espectacular atentado terrorista (e aqui uso a palavra no sentido moderno e preciso do termo: violência em massa, suicida e com motivações de fanatismo religioso ou nacionalista), mostrando ao mundo que os terroristas também já perceberam que é a Índia, tanto ou mais do que qualquer país ocidental, que eles vêm como alvo.
É a confirmação da perspectiva que tenho há muito sobre o papel decisivo da Índia na arquitectura do novo mundo que estamos a construir e que me levou a estabelecer com este país as minhas principais ligações.
É sobre o tema da luta contra o terrorismo – matéria a que me tenho dedicado profundamente e que tem levado aos principais ataques políticos de que fui alvo – que a senhora Embaixadora resolveu fazer a sua intervenção, mostrando também até que ponto este país dá importância à cooperação internacional nesta matéria.
Se todos estamos conscientes da ligação entre o descobrimento e o desenvolvimento dos Açores e a construção da globalização nascente, que passou por estabelecer rotas directas do Ocidente para o Extremo Oriente no século XVI, tenho por vezes a impressão de que as nossas elites têm alguma dificuldade em entender que essa ligação nos dias de hoje – assumindo naturalmente formas e conteúdos diversos – não é menos importante para o desenvolvimento do nosso