Inclusão social em universidades amazônicas

UEPA discute acesso e inclusão social para futuros processos seletivos

O filósofo e educador Martin Buber dizia que o diálogo tinha de ser o alicerce da existência humana, destacando o universo pedagógico, em qualquer idade, como o espaço destinado a abrigar os principais processos de interação e cooperação entre os indivíduos. Nessa perspectiva, o Fórum de Acesso e Avaliação que vem sendo consubstanciado desde outubro de 2011 pela comunidade acadêmica da UEPA é um representante digno da concepção de Buber e, mais ainda, corresponde a um meio vital para aprofundar e debater questões urgentes, como são a democratização do acesso universitário e a avaliação da educação superior.
Nenhum processo de mudança pode surgir sem que o passado seja estudado e tomado como base mesma da mudança. Seja para encontra-lo, seja para se afastar dele. Cabe, então, referir as enormes divergências no cenário do ensino superior no Brasil, além das desigualdades sociais e dívidas sociais históricas como alguns dos pontos de entrave e resistência ao avanço num sistema de ensino superior excludente e que não consegue capitalizar os significativos incrementos na sua qualidade e oferta, deformando a lógica do acesso e trazendo, muitas vezes, para o seio da Universidade, os traços perversos de todas as formas de discriminação e bullying social.
Sem uma boa dose de indignação, devemos admitir que o ensino superior privado, se olhado apenas pelo viés da oferta de vagas nos últimos cinco anos, vem ganhando em cerca de 120% do ensino público, tendo se tornado aquele que mais absorve e, talvez, de maneira inadequada, “esteja” mais democrático. Ademais, a inserção do mercado educacional brasileiro no horizonte dos investimentos de médio e baixo risco, inclusive, de investidores estrangeiros, vem cada vez mais fortificando uma mercantilização educacional, amparada fortemente pela desburocratização na fase da proposição e instalação de cursos superiores por estas instituições, junto aos órgãos