Inclusão de Surdos
Audrei Gesser: É mestra em letras e inglês pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). É doutorada em linguística aplicada na área de educação bilíngue pela UNICAMP. Foi pesquisadora visitante na Gallaudet University, Estados Unidos, em 2004, com bolsa concedida pela CAPES.
O livro aborda alguns aspectos sobre a língua de sinais que, como afirma a autora, não é visto como língua por muitos. O objetivo é criar através do texto caminhos para reflexão, da relação entre surdos e ouvintes. O livro é dividido em três capítulos, e seus subtítulos em forma de perguntas proporcionando uma visão mais específica sobre a língua de sinais. Inicia-se com o questionamento sobre a universalidade da língua de sinais, ressaltando a visão que se tem sobre a Libras, como sendo ancorada na idéia de um “código” simplificado apreendido e transmitido aos surdos de forma geral, conduzindo a concluir que todos os surdos falam a mesma língua em qualquer parte do mundo. O texto também destaca a crença sobre a artificialidade da língua de sinais, ignorando sua gênese natural. A
Libras, como língua, possui gramática própria, semelhante às línguas orais, embora a exploração seja realizada através dos gestos. Há três parâmetros constituintes na língua de sinais: configuração da mão, ponto de articulação ou locação e movimento (CM, PA ou L e M). A mesma configuração da mão em espaços diferentes representará palavras e conceitos distintos. A língua de sinais não é pantomima, datilologia, isto é, representações mímicas da realidade, o que tornaria muito difícil certos termos. Essa visão da língua de sinais como mímica, tem a ver com a forma que os ouvintes veem os surdos, tratando-os de forma exclusiva e pejorativa. É preciso entender que os surdos têm sua própria língua e que se comunicam como qualquer outro