Incidentes em Arantes
Enredo
No ano de 1963 em 19 de dezembro morrem sete pessoas em Antares. Como os coveiros estão em greve, os defuntos passam a vagar pela cidade, vasculhando a intimidade de parentes e amigos. Devido à sua condição de defuntos, podem fazer isto sem temer represálias.
[editar]Análise
O livro é dividido em duas partes, onde se misturam acontecimentos reais e irreais.
Na primeira parte, é apresentado o ajustamento das duas facções políticas da cidade (os Campolargo e os Vacariano) às oscilações da política nacional. Apresenta também a união dos mesmos em face da ameaça comunista, como é conhecida na cidade a classe operária, que reivindica seus direitos.
Na segunda parte, acontece o "incidente" do título, com a greve geral em Antares e a morte inesperada de sete pessoas, incluindo a matriarca dos Campolargo, Quitéria. Durante o cortejo de Dona Quitéria, os Campolargo são impedidos de sepultá-la, pois os coveiros, em greve, cercam o cemitério, impedindo o enterro, e desta forma, aumentam a pressão sobre os patrões. Os mortos, não sepultados, adquirem "vida" e passam a vasculhar a vida dos parentes e amigos, revelando, então, a podridão moral da sociedade. Como as personagens são cadáveres, estão livres das pressões sociais e podem criticar à vontade a sociedade.
Resumo
A cidade de Antares não consta nos mapas, apenas São Borja é digna de nota, nas paragens do Alto Uruguai. Mas, há documentos comprovadores de sua existência. Seus ilustres moradores têm repetidamente se manifestado sobre a injustiça. O prefeito, os vereadores e até o padre se dirigiram ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para protestar contra a acintosa omissão.
Apesar da ausência nos mapas, Antares se encontra à margem esquerda do Rio Uruguai. Acabou nas manchetes de jornais pelo incidente, ocorrido numa sexta-feira 13 de dezembro de 1963 que a tornou notícia da noite para o dia; fama efêmera e ambígua que não sensibilizou os