Resumo de O principe coroado: Carl Gustav Jung
1. A ciência da psiquiatria
Do ponto de vista de Freud, Carl Jung travou a mais penosa das sucessões da psicanálise, porque dentre todos os discípulos de Freud, em vida, coube a Jung o papel intelectual mais relevante, e Freud considerava não só seu discípulo mais bem dotado como também o mais importante. Tido por Freud como formalmente adotado como um filho mais velho e ungido como sucessor e príncipe coroado.
Toda cultura tem seus vilões, e Jung era uma figura particularmente odiada, devido em parte as enormes esperanças que Freud havia depositado nele, e os contatos que teve mais tarde com nazismo, serviram pra marcar o fim da desaprovação, ele se tornou um homem que os discípulos de Freud tinham aprendido a detestar, seguindo a orientação de Freud, continua até hoje, rejeitado, tido como místico.
Para compreender de que forma a trajetória de Jung chegou a ocupar lugar tão central na vida e na obra de Freud, é necessário medir os sentimentos de Freud em relação à ciência médica de sua época. Formado como neurologista, Freud considerava a psiquiatria de seu tempo desinteressada dos processos psicológicos que se limitava apenas a dar nomes as diferentes obsessões, porem, nada dizendo a respeito delas.
A cadeira mais importante da psiquiatria, na Universidade de Viena era ocupada por um antigo colega de classe e rival de Freud, Julius Wagner Von Jauregg, que tratava com sarcasmo o trabalho de Freud, embora tenha admirado e trocado correspondências com ele, o que para Freud representava grandes descobertas, para ele não passava de baboseiras, ele era mais irônico que agressivo em relação às ideias de Freud, porém, permitia a seus assistentes fazer referencias a ele, mas a maioria deles adotava uma posição contraria a psicanalise e Freud sabia que da clinica da Universidade de Viena era improvável que saísse um estudante que iria aderir a psicanalise.
Freud teve então muitos motivos