Impostos e taxas sobre vendas
1. Introdução
A cumulatividade de impostos existe, em maior ou menor grau, em todos
os sistemas tributários do mundo. No entanto, nenhum país que pretenda
ter uma participação relevante na economia global pode permitir a
prática da tributação cumulativa. Até mesmo países com participação
insignifcante no comércio internacional, como os menos desenvolvidos
do continente africano, já entenderam os malefícios dessa prática e estão
substituindo seus impostos cumulativos, herança dos tempos coloniais,
por IVAs. Moçambique, por exemplo, eliminou impostos cumulativos em
1999, adotando um IVA com características que lhe imprimem qualidade
incomparavelmente superior à dos IVAs brasileiros, o ICMS e o IPI. Estes,
instituídos na década de 60, com concepção que data do fnal da de 40,
e deformados, em vez de aperfeiçoados, ao longo do tempo, guardam
pouca semelhança com os IVAs de boa qualidade implantados mais
recentemente, inclusive na América Latina.
Em 1967, a Constituição quase eliminou a tributação cumulativa donosso país. No entanto, alguns anos depois, vários episódios trouxeram
necessidade de gerar novas receitas, aumentando até chegar ao ponto em
que estamos hoje.
Atualmente, no Brasil, a tributação cumulativa responde por mais de 40%
da receita administrada pela Secretaria da Receita Federal (SRF). Dados da
SRF mostram que COFINS, PIS e CPMF responderam por 38,8% do total da
receita administrada, em 2000.
Não é muito difícil perceber que o IRPJ e a CSLL cobrados sobre o lucro
presumido, bem como o Simples são tributos cumulativos sobre o
faturamento. A incidência de IPI sobre bens de capital, a adoção do
chamado critério de crédito físico, bem como a não-restituição de créditos
acumulados desse imposto em poder dos contribuintes são, também,
formas de tributação cumulativa.
Em nível