Impactos dos Atropelamentos de Animais Silvestres
A maior parte da história do desenvolvimento econômico do Brasil e do mundo está associada à construção de estradas e à produção de veículos automotores. Talvez seja por esta razão que, no imaginário brasileiro, elas estão muito associadas às ideias de progresso e modernidade (PRADA, 2004). Além disso, as estradas são empreendimentos necessários ao desenvolvimento da vida humana (SCOSS, 2002).
Mas apesar de todo o desenvolvimento que as estradas proporcionam ao homem, elas também causam diversos danos à natureza, sendo os atropelamentos de animais silvestres um dos principais fatores de grande impacto sobre a vida silvestre.
Nos últimos anos, os impactos causados à fauna por atropelamentos nas estradas e rodovias têm recebido a atenção de pesquisadores nos vários países (Van der ZANDE et al., 1980; KUIKEN, 1988; PHILCOX et al., 1999; TROMBULAK & FRISSEL, 2000). No Brasil, devido ao modelo que prioriza o transporte ferroviário, o índice de atropelamentos é bastante elevado, portanto, é importante que se tenha uma noção do prejuízo causado pelas estradas à fauna de determinadas regiões, baseando-se em dados qualitativos e quantitativos.
QUESTIONÁRIO
1- Qual a incidência de atropelamentos da fauna silvestre?
A maioria dos autores destaca que, nas últimas décadas, os atropelamentos passaram a ser mais importantes que a caça como causa humana direta de mortalidade de vertebrados terrestres e tendem a “se tornar uma ameaça significativa à biodiversidade em países em rápido desenvolvimento e mobilização, como China e Índia, situação que pode ser estendida ao Brasil” (SEILER & HELLDIN, 2006, p.166).
No Brasil, existem alguns trabalhos, a exemplo de Vieira (1996) que estimou em 2.700 o número de mamíferos silvestres mortos por ano atropelados em rodovias só nas regiões de Cerrado do país. Fischer (1997), que em 1,5 anos de estudo ao longo de 420 km da rodovia BR-262 no Mato Grosso do Sul contabilizou 1.402 animais